São Paulo, 3/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Força Sindical afirmou, em nota, que a proposta do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, de discutir um pacto social em que a classe trabalhadora se comprometeria a abrir mão de aumentos de salários "é inoportuna e inadequada". A Força Sindical manifestou-se contrária à iniciativa da CUT afirmando estranhar tal entendimento que teria partido de uma discussão inicial com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
"Embora o diálogo e a negociação entre capital, trabalho e governo façam parte obrigatoriamente dos direitos e deveres das entidades que representam trabalhadores e empregadores, parece-nos absolutamente inadequado e inoportuno discutir acordos com perdas para trabalhadores neste momento em que a economia ensaia um aquecimento e as principais categorias profissionais do país estão em plena campanha salarial para recuperar as enormes perdas do passado", salienta a nota assinada pelo presidente da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), pelo presidente da Central Geral dos Trabalhadores (CGT), Antônio Carlos dos Reis (Salim) e Enilson Simões de Moura (Alemão), da Social Democracia Sindical (SDS).
No mesmo comunicado, a entidade defende que o combate à inflação e aos juros altos pode e deve ser feito, mas por meio de uma ampla negociação entre entidades representativas de toda a sociedade e não de forma segmentada com uma parte apenas de lideranças. A Força Sindical considera que isso só deve ocorrer após o período eleitoral e quando já estiverem definidas as negociações em torno das campanhas salariais. Para a entidade, da forma como surge "a proposta já nasce aleijada ou morta".
Para a Força Sindical, as discussões devem ser feitas no Fórum Nacional do Trabalho. "Discutir qualquer pacto social amplo fora desse espaço é não apenas frustrante como pode comprometer todos os avanços já conquistados", advertiram as lideranças na nota.