CUT apresenta ''pacto manco'', afirma CGT

03/09/2004 - 14h54

São Paulo, 3/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Central Geral dos Trabalhadores (CGT), Antônio Carlos dos Reis, classificou de "pacto manco" a proposta que deverá ser apresentada nos próximos dias pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, ao presidente eleito da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Antônio Carlos justificou que não houve uma consulta prévia às demais centrais e federações sindicais do país. Mesmo reconhecendo que a CUT é a maior central sindical do país, Antônio Carlos disse que ela não pode falar em nome de todas as categorias profissionais.

A CUT defende que patrões, empregados e governo façam um acordo que possibilite frear a inflação para evitar que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eleve a taxa básica de juros (Selic). No caso dos trabalhadores, estaria implícito o compromisso de não pressionar os empresários a conceder aumentos de salários.

Para o presidente da CGT, central que reúne 1,2 mil entidades filiadas, isso está fora de cogitação. Antônio Carlos afirmou que não se pode abrir mão de melhorias salariais diante das perdas sofridas nos últimos anos. "Entendo que, nós trabalhadores, temos sido sempre penalizados pelo sistema econômico e não podemos abdicar da luta por aumentos de salários".

Na sua avaliação, o que deveria ser feito é uma grande reunião com todos os representantes dos trabalhadores, empresários e do governo para discutir o melhor caminho a ser seguido em favor da continuidade do crescimento sustentado da economia.

Antônio Carlos disse que essa discussão é oportuna, no momento em que várias categorias começam as suas negociações de acordo coletivo, como os bancários, por exemplo. "Os bancos tiveram lucros astronômicos e não repassaram de forma proporcional os ganhos para esses trabalhadores", finalizou.