Estudo relata agressões de traficantes e policiais aos moradores de rua do Rio de Janeiro

02/09/2004 - 12h36

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio – Técnicos, assistentes sociais e psicólogos da Fundação Leão XIII, que dá assistência a moradores de rua, estão discutindo novas estratégias para o atendimento dessa população. Um levantamento realizado recentemente pela própria fundação apontou que as pessoas que moram nas ruas do Rio de Janeiro sofrem agressões da polícia e também de traficantes de drogas.

O estudo mostra que a população de rua não é mais composta por pobres e negros. Muitos têm formação educacional e estão na rua pelo desemprego. Outros foram expulsos de suas casas por traficantes de drogas. A diretora de Assistência Especializada da Fundação, Silvia Regina Santos, explicou que a preocupação é com a qualidade do atendimento a estas pessoas.

"É hora das instituições de atendimento pararem e pensarem em uma política pública que garanta as ações e depois em propostas alternativas de atendimento que façam com que estas pessoas queiram ficar na instituição e não que se sintam obrigadas. As mudanças têm que vir, já que o novo perfil da população de rua mostra que, embora precisem de atendimento, muitos estão ali por mera circunstância de vida", acrescentou Sílvia Regina.

O curso de capacitação para os funcionários da Fundação Leão XIII sobre a exclusão da população de rua acontece nestas quinta e sexta-feiras, no auditório do edifício sede do Banco do Brasil, no centro da cidade.