Lula convoca empresários para o resgate da dívida social brasileira

31/08/2004 - 8h46

São Paulo, 31/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem à noite que o Estado, sozinho, não será capaz de resgatar a dívida social brasileira. Lula aproveitou a presença de dezenas de empresários à entrega do prêmio "As empresas mais admiradas do Brasil 2004", promovido pela revista Carta Capital e pela empresa de pesquisas InterScience, para convocá-los a participar. "Sei que todos vocês são cúmplices de encontrarmos um jeito de melhorar a vida do nosso país", afirmou o presidente.

Para o presidente Lula, o prêmio retrata o avanço da sociedade brasileira. "Premia um grupo de empresas pelas suas boas políticas de desenvolvimento, mas sobretudo leva em conta a relação da empresa com as políticas sociais que praticam individualmente ou em parcerias com prefeituras, governo do estado e governo federal"

A pesquisa, que resultou na premiação de 40 empresas em diferentes ramos de negócio, mostrou que hoje a imagem de uma empresa não está mais relacionada a aspectos de qualidade total, como nos anos 90, nem a balanços financeiros. O que faz com que uma corporação seja admirada é, acima de tudo, como interagem com a problemática social brasileira e contribuem para a democratização e a modernização do país. Nestes quesitos, as empresas mais admiradas no Brasil em 2004 foram Natura, Nestlé e Petrobras.

Lula também enfatizou o papel dos trabalhadores na qualidade dos produtos fabricados no Brasil, ao destacar que ainda ontem, em Piracicaba (SP), ouviu do presidente da Caterpillar que uma pesquisa indicou os trabalhadores da empresa no Brasil como os mais qualificados e mais produtivos. O presidente lembrou que o mesmo havia sido dito pelo presidente da Mercedes-Benz, em Genebra (Suíça), e pela vice-presidente mundial da Ford, em Nova York (EUA).

"Dá para começar a acreditar que parte do sucesso dos prêmios que todos estes empresários ganharam tem um pouco a ver com os trabalhadores que ajudaram as empresas deles a ser as boas empresas que são", disse Lula aos vencedores da pesquisa Carta Capital/ InterScience.

Em reforço ao que havia dito à tarde em Piracicaba, o presidente afirmou que está na hora de o Brasil voltar a ser uma das maiores economias do mundo. "Quando éramos a oitava economia mundial, não havia Grupo dos 8, era G-7 – quase como um impeditivo para um país do terceiro mundo chegar lá", afirmou. "Sou otimista e espero que quando a gente for ganhando posições eles não diminuam para G-7, G-6, G-2 e G-1", declarou, aplaudido pela platéia de empresários.