Economista avalia que eventual alta de juros não afetará crescimento

31/08/2004 - 6h37

Rio, 30/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Uma eventual alta dos juros básicos pelo governo não abortará o processo de crescimento iniciado no país, avalia a economista Luciana de Sá, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Mais importante que os juros, segundo ela, é se olhar para o médio prazo.

Se forem aprovadas as parcerias público-privadas (PPPs) e se for dado prosseguimento às iniciativas do governo, como a redução do spread bancário e a diminuição da informalidade, Luciana de Sá disse acreditar que poderá haver uma explosão de emprego no próximo ano. Ela destacou o setor da construção civil que deverá ter um desempenho muito positivo em 2005. "Com maior crédito, a indústria da construção, pelo seu efeito multiplicador e gerador de empregos, acabará puxando para cima outros setores, como minerais não-metálicos (cimento)", acrescentou.

Luciana de Sá admitiu, no entanto, que uma alta dos juros vai gerar um clima negativo. E, se ocorrer, será certamente em novembro, mas não afetará o crescimento. "Não tem tempo de abortar o crescimento deste ano. Você pode desacelerar nos próximos meses, mas há outros fatores mais importantes que tendem a operar favoravelmente, entre os quais o crédito, cuja recuperação tem sido consistente", afirmou.