Bancários ameaçam greve nacional se bancos não concederem aumento de 25% nos salários

31/08/2004 - 18h43

Danielle Gurgel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Representantes dos sindicatos dos bancários de todo o país se reuniram nesta terça-feira, em São Paulo, para discutir uma estratégia para a campanha salarial. A categoria reivindica um aumento de 25% nos salários. "A possibilidade de greve está sendo discutida, e nós vamos cobrar dos bancos uma nova rodada de negociações, já que amanhã é a nossa data-base. Se não recebermos uma proposta razoável, 400 mil bancários de todos os bancos entrarão em greve", falou o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Jacy Afonso de Melo.

Ele afirmou que o Sindicato de Brasília levou à reunião em São Paulo a proposta de uma assembléia e de uma greve a partir do dia 15 de setembro, caso não haja acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Disse também que a campanha salarial é unificada, ou seja, os bancários vão decidir, independentemente do banco de origem, se uma proposta atende ou não às reivindicações.

A proposta de reajuste de 6%, apresentada pelos bancos há 20 dias, foi rejeitada pela categoria. "Nós entendemos que os bancos são o setor que mais lucra na sociedade, explorando a população com taxas elevadas de juros e tarifas. Os bancos têm condições de dar aumento para os bancários. Além disso, nós queremos uma maior participação nos lucros", disse Melo.

Nos casos dos bancos públicos, Melo disse que os bancários "buscam isonomia entre os novos e antigos funcionários". Para ele, o governo Fernando Henrique Cardoso retirou "de forma unilateral e arbitrária" os direitos dos bancários que fizeram concurso público a partir de 1998. O sindicalista cita os direitos de "licença prêmio" e "abono". Para ele, o ideal seria a isonomia de tratamento salarial entre os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.