Fabiana Uchinaka
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, participou hoje, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, da inauguração do primeiro irradiador gama de grande porte, feito com tecnologia inteiramente nacional. O equipamento é utilizado para esterilizar materiais médicos e descartáveis, impedir a proliferação de microorganismos em alimentos, especiarias e frutas e também para aumentar o tempo de prateleira dos alimentos.

Paulo Rela, líder de pesquisa para o desenvolvimento de irradiadores de grande porte do Ipen, explica as características dessa técnica de esterilização. "Do ponto de vista da esterilização de produtos médicos e descartáveis, essa é a tecnologia mais limpa de todas. É a que apresenta o melhor resultado, não deixa resíduos e o produto, depois de processado e irradiado, já está pronto para uso". Segundo ele, as técnicas alternativas, como utilização de brometo de metila, óxido de etileno e outros pesticidas, requerem controle mais intenso e apresentam risco maior para o mesmo resultado final.

De acordo com o Ipen, essa técnica de esterilização já é adotada em 37 países e consiste em submeter o material já embalado a quantidades controladas de radiação. Para cada tipo de material está associada uma dosagem recomendada. Ao contrário de outros processos químicos de esterilização, a irradiação não emite poluentes, não deixa resíduos ou altera as características do produto, como cor, textura e sabor.

Para o ministro Eduardo Campos, possuir essa tecnologia é um grande avanço para o país. "É muito importante que o Brasil domine essa tecnologia e passe a fabricá-la aqui. É um passo significativo para que possamos ajudar a agricultura. Nós sabemos da importância do agronegócio para a nossa balança comercial", disse. Campos acredita que a tendência, ao longo dos anos, é que a utilização de irradiação nos alimentos seja cada vez mais utilizada, sobretudo no mercado europeu e americano.