Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A partir desta terça-feira, o Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), hospital público ligado ao Ministério da Saúde e localizado no Rio de Janeiro, realiza o primeiro mutirão de cirurgias de ombro e cotovelo. O mutirão também funcionará na quarta e sexta-feira, com o objetivo de diminuir uma fila de 200 pessoas que aguardam por uma cirurgia ortopédica na instituição.
Serão operadas lesões relacionadas à ruptura de tendões, doenças degenerativas do osso (artrose, artrite reumatóide), casos de instabilidade do ombro e lesões traumáticas do cotovelo. O hospital, que faz em média 36 cirurgias de ombro e cotovelo por mês, irá operar 24 pacientes cariocas em apenas três dias.
Foram selecionadas as pessoas que estão há mais tempo na fila e os casos de maior gravidade. O motorista de ônibus Luciano Barbosa, de 33 anos, será operado nesta terça-feira. Há cerca de 10 anos, Luciano caiu e deslocou o ombro. Ele afirma nunca ter tido tempo para cuidar do problema, até as dores se agravarem e os deslocamentos tornarem-se mais freqüentes. Quando o ombro "sai do lugar", Luciano afirma que ele mesmo o "coloca de volta".
Há cinco meses aguardando na cirurgia, o motorista aguarda o momento em que poderá voltar a ter uma vida normal. "Quero parar de sentir essa coisa horrível de esperar o ombro sair do lugar, colocar no lugar e sentir dor", diz.
De acordo com o médico coordenador do Into, Francisco Matheus, a principal técnica utilizadas nas cirurgias será o implante de próteses no local das lesões. Para entrar na fila de cirurgias do Into, ele explica que primeiro é preciso procurar algum hospital da rede pública de saúde. "O paciente é atendido num hospital da rede e recebe a indicação da cirurgia. Depois ele é encaminhado para o Into, passa por uma triagem e será avaliado. Se o caso for cirúrgico, ele é colocado na lista de espera", explica.
O Into realiza periodicamente mutirões de cirurgias em outros estados. Os últimos ocorreram no Acre e em Rondônia. Para o início de setembro, está programado um mutirão de cirurgias de quadril e joelho no município de Cruzeiro do Sul, no Acre.
Além do Into, 187 hospitais públicos e privados de todo o país estão cadastrados no SUS para realizarem cirurgias ortopédicas. Em 2003, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou cerca de R$ 398 milhões em cirurgias ortopédicas. Até junho de 2004, foram gastos R$ 216 milhões.