Marina Domingos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Entre os milhares de estudantes que participaram, no último domingo, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 579 fizeram a prova em condições especiais. O Ministério da Educação (MEC) permitiu a presença de 237 detentos de penitenciárias do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, além de 141 menores internos em unidades da Fundação do Bem-estar do Menor (Febem) do Estado de São Paulo. "Isso demonstra que os dirigentes estão realmente preocupados com a recuperação dos alunos", ressaltou o coordenador-geral do Enem, Dorivan Ferreira.

Outros 199 eram portadores de necessidades especiais. Dois estudantes internados em hospitais, um em Brasília e outro em Campinas, também participaram do Enem. O MEC já havia aplicado a prova para detentos e alguns internos da Febem, mas pela primeira vez o processo foi formalizado pelo ministério num convênio com a fundação. "A iniciativa é importante para resgatar a auto-estima dos alunos. No ano passado, tivemos alunos que ganharam bolsas de estudo em universidades privadas porque tiveram bom desempenho no Enem", informou Ferreira.

Ele explicou que o MEC só aplica o teste em unidades prisionais e hospitais que já possuam um sistema educacional formal. "A aplicação da prova é feita no local onde eles estão, para evitar constrangimento tanto para eles quanto para quem está fazendo a prova ao lado", disse.

O professor informou ainda que o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), responsável pelo exame, deverá divulgar o balanço estatístico ainda nesta semana. A expectativa é de que a abstenção dos alunos permaneça em 30%, índice registrado no ano passado. O resultado final deve sair no dia 16 de novembro, a tempo de incluir as notas na seleção dos estudantes para o vestibular 2005.