Rio, 30/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O diretor financeiro e de relações com os investidores da Petrobras, Sérgio Gabrielle, garantiu que a decisão da companhia de não aumentar os preços da gasolina e do diesel não é política e não tem nada a ver com a proximidade das eleições, como sugerem alguns analistas. Sérgio afirmou que a Petrobras não vai importar para o Brasil a oscilação nos preços do barril de petróleo no mercado norte-americano.
"Existem várias coisas acontecendo no mercado internacional e a discussão que está sendo provocada por alguns analistas está equivocada. Estão comparando banana com laranja ao analisar um mercado que tem dezenas de empresas produzindo, com outro que tem apenas uma. Uma situação com características completamente diferente da nossa. Há uma série de variáveis que esses analistas não estão levando em conta e que uma empresa que tem responsabilidade deve levar", disse o diretor da Petrobras.
Segundo ele, a cada ponto percentual de reajuste sobre a gasolina e o diesel, a tendência do mercado é de uma retração de 0,2 ponto percentual no consumo. Segundo ele, esse "é um dos motivos pelos quais a Petrobras ainda não reajustou os preços", apesar do barril de petróleo no mercado externo estar cotado acima dos US$ 40 há várias semanas.
O diretor financeiro da estatal garantiu que a Petrobras não perde dinheiro com sua política de preços para a gasolina e o diesel "porque o nosso custo não é o custo norte-americano". "Administramos a nossa avaliação de estoques, o nosso conjunto de operações e minimizamos a nossa potencial perda. É uma questão de gestão."
Segundo o diretor, os aumentos podem ocorrer uma, duas vezes por ano, de acordo com a fixação de um novo patamar do preço do barril de petróleo.
"Vamos considerar a perspectiva de evolução dos preços por um período mais longo, três a seis meses, e, em função disso, vamos ajustar os nossos preços da gasolina e do diesel", disse Sérgio.