Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A Comissão Externa da Câmara dos Deputados criada para acompanhar as investigações dos ataques a moradores de rua em São Paulo, reuniu-se hoje com representantes de diversas comunidades de moradores de rua na Pastoral do Povo de Rua. Os moradores de rua reclamaram de discriminação por vários segmentos da sociedade e disseram que os ataques refletem o aumento desse processo discriminatório.

O deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), coordenador da Comissão, considerou estranho que em uma região como o centro da cidade, na qual ocorreram os ataques, ninguém tenha feito nada para ajudar, principalmente a segurança particular contratada para vigiar instituições bancárias.

"Os moradores de rua nos disseram que é curioso como na região onde aconteceram os óbitos há um número imenso de guardas privados e que nenhuma dessas pessoas viu nada, embora se eles (moradores de rua) encostarem um dedo no vidro de uma instituição bancária, a guarda privada rapidamente toma medidas", disse.

O deputado disse que os moradores chamaram a atenção para o fato de que "as organizações da sociedade civil que lutam pela revitalização do centro de São Paulo até o momento não emitiram nenhuma manifestação em razão desses fatos (ataques). Para eles (moradores de rua), isso causa muita estranheza, porque nós temos que revitalizar também - e acima de tudo a vida – não só espaços físicos".

Segundo o deputado, a comissão acompanhará as investigações para garantir que o caso não caia no esquecimento e discutirá propostas de políticas públicas para melhorar a situação dos moradores de rua.