Singer defende legislação para financiar economia solidária

26/08/2004 - 6h19

Brasília, 26/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, defendeu ontem durante o programa Diálogo Brasil, exibido em rede pública de televisão, a criação de cooperativas de crédito e uma legislação para facilitar o financiamento de associações e organizações que trabalham de forma igualitária.

Singer lembrou que gerar emprego e renda na forma dessas organizações é a base da economia solidária e defendeu o "autofinanciamento pela poupança de seus membros". Nesse caso, acrescentou, os integrantes das cooperativas de crédito "decidem tudo o que é feito com o dinheiro poupado, como taxas de juros e a forma de cobrança".

O tema foi debatido também pelo diretor da área de Inclusão Social do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Márcio Henrique Monteiro de Castro, no Rio de Janeiro; pelo gerente da Unidade de Acesso do Serviço Financeiro do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), Carlos Alberto dos Santos, em Brasília; e pelo assessor técnico da Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão (Anteag), Luigi Verardo, em São Paulo.

O Diálogo Brasil é exibido em rede pela TV Nacional de Brasília, TV Cultura de São Paulo e TVE do Rio de Janeiro, toda quarta-feira a partir das 22h30, gerado pelo canal de TV a cabo da Radiobrás (NBR) para 822 pontos de transmissão no país.

O diretor da área de Inclusão Social do BNDES também defendeu a criação de uma legislação própria para a economia solidária. "A realidade é que a economia solidária está órfã de uma legislação que permita o financiamento do sistema", destacou. Márcio de Castro lembrou que o BNDES financia algumas cooperativas e que para solicitar o financiamento o cooperado pode entrar na página do banco na Internet (www.bndes.gov.br) e enviar uma proposta. "Esse é o primeiro passo", disse, acrescentando que em seguida o banco avaliará a viabilidade da cooperativa.

E o gerente da Unidade de Acesso do Serviço Financeiro do Sebrae do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), Carlos Alberto dos Santos, explicou que o órgão investe pelo menos 60% de todos os recursos em atividades coletivas de pequenas empresas: "As pequenas empresas acabam se juntando em associações e aí passam a fazer parte da economia solidária".