Servidores da área de saúde entram em greve no Rio

26/08/2004 - 13h46

Nielmar de Oliveira e Aline Beckestein
Repórteres da Agência Brasil

Rio, 26/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Servidores da rede de saúde do Rio entraram em greve hoje, por 48 horas, para reivindicar melhores salários. Eles reclamam também que o governo estadual estaria desviando recursos destinados à área de saúde pública para atender a programas assistencialistas de cunho eleitoreiro.

Segundo Silene Souza, diretora do Sindicato dos Servidores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio (Sindsprev/RJ), o movimento paralisou todos os principais hospitais de emergência do estado e cerca de 30% dos institutos. "Estão parados os serviços médicos ambulatoriais, pronto atendimento e cirurgias seletivas dos hospitais Rocha Farias, Saracuruna, Pedro II, Albert Schweitzer e Carlos Chagas, onde só os setores de emergência funcionam e, ainda assim, depois de feita uma triagem pelos manifestantes", afirmou.

O secretário estadual de Saúde, Gilson Cantarino, rebateu as acusações. Disse que não há desvio de verbas da área de saúde e que a secretaria cumpre estritamente o orçamento aprovado pela Assembléia Legislativa (Alerj). Ele lembrou que enquanto a emenda 29 não for regulamentada, a legislação não especifica o que é gasto com saúde. A secretaria também informou que foram investidos, neste ano, R$ 2 bilhões em saúde, contra R$ 499 milhões em 1999.

Silene Souza explicou que além da questão salarial, que passa pela implantação do Plano de Cargos e Carreira, a categoria reivindica melhores condições de trabalho. "Estamos reivindicando melhores condições de trabalho e que os recursos da saúde sejam utilizados de fato na rede hospitalar. Hoje, os recursos estão sendo desviados para outros programas, principalmente os de cunho assistencialista e eleitoreiro. Em conseqüência, o quadro é de hospitais sucateados, falta de medicamentos e de material essencial".