Deputado da base aliada inviabiliza aprovação de reajuste para os militares

26/08/2004 - 18h58

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Um deputado federal da base do governo, Celso Russomano (PP-SP), inviabilizou hoje o reajuste de 10% no salário dos militares, que seria pago já na folha de setembro. O projeto de lei inclui no Orçamento da União R$ 754.729.132 necessários ao reajuste seria votado em sessão do Congresso, mas Russomano ameaçou pedir verificação de quórum e derrubar a
sessão.

Como havia um acordo para votação simbólica da matéria, vários deputados e senadores já tinham viajado para seus estados. Sem quórum e diante da ameaça do deputado paulista, o presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), encerrou a sessão. Agora, o reajuste dos militares só deve ser votado no esforço concentrado previsto para a semana de 13 a 17 de setembro.

"Não tem nenhum argumento para impedir o reajuste de 10% do salário dos militares em setembro", disse o líder do Governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), irritado com a atitude do deputado da base aliada.

Mercadante ressaltou que já tinha superado uma obstrução feita pela manhã na Câmara, por parte do PSDB. "Seria mais do que justo que os militares recebessem o reajuste neste mês, por conta do Dia do Soldado, mesmo reconhecendo que o percentual de reajuste é baixo", disse.

O líder ressaltou que 1 milhão de pessoas, entre militares e familiares, foram prejudicados com a atitude de Celso Russomano.

Além do reajuste dos militares, o mesmo projeto de lei autorizava a criação de 238 cargos no Supremo Tribunal Federal (STF). Estes cargos representam um aumento no limite financeiro do Supremo de R$ 3.857.568. Ainda no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o projeto de lei autorizava o aumento na Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ), incluindo este reajuste no limite financeiro respectivo de R$ 166.318.755.