Centrais sindicais tentarão unificar campanhas salariais no segundo semestre

26/08/2004 - 16h29

Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil

São Paulo, 26/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Sindicatos de diferentes centrais sindicais pretendem unificar suas campanhas salariais em abrangência nacional. A unificação já ocorre, por exemplo, com os metalúrgicos do estado de São Paulo, em que parte dos sindicatos é filiada à Força Sindical e outra à Central Única dos Trabalhadores (CUT). As centrais tentarão expandir essa prática.

O anúncio foi feito hoje por lideranças da Força Sindical, Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT) e Social-Democracia Sindical (SDS), em coletiva do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), para divulgação de relatório de campanhas salariais do primeiro semestre deste ano. Sobre a adesão ou não da CUT a essa convocação, Antonio Carlos Spis, secretário de Comunicação da CUT Nacional, disse que "é política da entidade trabalhar em conjunto com outras centrais. Essas ações contribuem para melhorar a vida dos trabalhadores", mas não confirmou uma decisão.

Para Hugo Perez, secretário de relações sindicais da CGT, a unificação das campanhas na área de saúde é uma das possíveis. "Podemos unir os sindicatos da CGT, que concentra os trabalhadores do setor privado, com a CUT, na qual a maioria dos filiados é servidor público". Outras categorias citadas como possíveis de unificação são as dos trabalhadores da indústria química, de transportes e de autopeças.

De acordo com presidente da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, no segundo semestre os sindicatos pedirão aumento real nas negociações. Para ele, essa decisão é influenciada também pelo fato de 79,4% das negociações coletivas no primeiro semestre obtiveram reajuste maior ou igual ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC do IBGE) segundo pesquisa divulgada hoje pelo Dieese.

No ano que vêm, as centrais também pretendem tentar fazer as negociações nacionalmente. Segundo Perez isso também é influenciado pela pesquisa que demonstrou que os acordos feitos nas regiões sul e sudeste conseguem reajustes maiores do que nas demais regiões. Essa proposta quer conseguir reajustes iguais nacionalmente.