Rede Cultural da Terra valoriza arte do campo

25/08/2004 - 3h26

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Até a próxima sexta-feira está sendo realizada a mostra "História e Cultura MST" no térreo do Ministério da Cultura. Esta é a primeira parceria entre o Minc e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A idéia serve como piloto para o projeto Rede Cultural da Terra. "A mostra é para a gente conhecer a história do Movimento e já ter um panorama das atividades educacionais e culturais que ele vem desenvolvendo", explica o secretário da Identidade e Diversidade Cultural do Minc, Sergio Mamberti.

O objetivo é valorizar e fomentar a cultura das cidades pequenas, das populações ribeirinhas e do MST. A viola caipira, o bordado, a escultura em madeira, o teatro de rua e outras manifestações populares são o foco da Rede Cultural. O nome registra as várias parcerias que serão feitas para o desenvolvimento do programa: MST, Via Campesina, Pastoral da Juventude Rural, Movimento dos Atingidos por Barragens, Comissão Pastoral da Terra e o Movimento de Mulheres. O investimento inicial do ministério da Cultura é de R$ 220 mil.

A idéia será viabilizada juntamente com o programa Pontos de Cultura, do Ministério da Cultura. Os Pontos serão utilizados como centros fomentadores e divulgadores das diversas culturas. Os Centros de Formação de Educação e de Cultura do MST serão incluídos no projeto.

A primeira ação será a realização de oficinas. Para isso, 300 agentes serão formados nos centros do MST para serem multiplicadores. "Queremos a valorização da cultura do homem do campo e o intercâmbio, as redes vão se cruzar num processo de comunicação e expressão artística", afirma Mamberti. Para um dos responsáveis pela mostra, o militante Rafael Villas Bôas, o projeto será um subsídio "para que possamos realizar as oficinas, porque elas dependem de alimentação, alojamento e transporte para a produção de eventos na cidade e interestaduais", afirma.

O intercâmbio não se restringirá às trocas entre os vários pontos, mas também entre as culturas do campo e urbana. Cada um dos centros será também pontos de inclusão digital, com acesso à informática. "Começa-se a estabelecer uma grande troca. Eles vão também começar a fazer o seu audiovisual e o seu cinema", ressalta Sergio Mamberti. A Rede Cultural da Terra será lançada durante a Segunda Semana Nacional da Cultura e Reforma Agrária, nos dias 3 a 7 de novembro, em Recife.