Oscar Niemeyer recebe título de Cidadão Paulistano

25/08/2004 - 6h39

São Paulo, 25/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O arquiteto Oscar Niemeyer recebeu o título de Cidadão Paulistano, em cerimônia ontem no Memorial da América Latina, uma das construções que ele projetou na capital paulista.

"Estou contente de poder receber esse título, embora já sabendo que somos irmãos, todos brasileiros, todos conscientes de que o Brasil deve melhorar e precisamos defendê-lo", disse Niemeyer em rápido discurso, no qual destacou o trabalho do Governo em unir os países da América Latina e criticou a política do presidente norte-americano George W. Bush.

"Temos que ser patriotas. É importante ajudar o presidente Lula e seus companheiros nessa luta para unir a América Latina e defender os povos dessa campanha maldita do Bush", declarou Niemeyer.

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, destacou na cerimônia o exemplo que Niemeyer foi para a geração de 68, que lutava contra a ditadura. "Oscar Niemeyer expressa, como nenhum brasileiro, a força da nossa civilização, da nossa cultura e da criatividade do nosso povo. Acredito que não há nada mais importante do que isso. Para nós, que fazemos da política uma profissão de fé, uma causa, Niemeyer é daqueles que nunca mudou de lado", disse o ministro. "No mundo de hoje, um homem humanista, socialista, político como Oscar Niemeyer é uma raridade", acrescentou.

Oscar Niemeyer Soares Filho nasceu em 1907, no Rio de Janeiro. É considerado o mais importante arquiteto brasileiro do século e um dos mais reconhecidos no mundo. Niemeyer criou projetos como o Edifício Copan e o Parque do Ibirapuera (São Paulo), o conjunto arquitetônico da Pampulha (Belo Horizonte), o Museu de Caracas (Venezuela), a sede do Partido Comunista (Paris, França) e várias obras em Brasília, como a Catedral, o Congresso Nacional e os palácios do Planalto, Itamaraty e da Justiça.

"Brasília era um sonho e hoje é uma realidade. O Brasil que Niemeyer sempre sonhou e lutou, também é um sonho. Façamos dele uma realidade", disse o ministro José Dirceu.