Encontro no MEC discute acesso à educação superior

25/08/2004 - 6h39

Bianca Estrella
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Discutir o acesso e a qualidade da educação. Este foi o tema do encontro que reuniu estudantes, especialistas, professores e reitores nesta terça-feira (24) no Ministério da Educação (MEC). O acesso ao ensino superior foi um dos temas mais discutidos.

Segundo o assessor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Cláudio Moura Castro, o grande problema da educação é a dificuldade de acesso de pobres e negros ao ensino superior. "Para se fazer justiça social nesse setor é preciso aumentar a incidência de pobres e negros na universidade", analisa Moura.

Para ele, existem políticas possíveis para melhorar o acesso às universidades. "Fomentar a criação de cursinhos pré-vestibulares gratuitos é uma maneira de se proporcionar isso", explica o especialista. A facilitação do acesso, segundo ele, pode ser feita com a criação de cursos noturnos, bolsas nas universidades privadas e cotas nas federais.

De acordo com o outro participante do encontro, o escritor Edivaldo Boaventura, apenas 9% dos jovens em escolas públicas conseguem ter acesso à universidade. "A reforma universitária, portanto, tem que levar em conta sobretudo o problema do acesso para negros e pobres nas universidades", analisa. Para ele, a política de assistência educacional para evitar evasões também não pode ser deixada de lado. Muitos alunos têm dificuldades de se manter estudando por dificuldades de locomoção, compra de livros e alimentação. "Cerca de 30% de alunos evadem das universdades por falta de assistência e horários que permitam o trabalho e o estudo", ressaltou Boaventura.