André Deak
Enviado especial
Quito (Equador) - Cerca de 40% do PIB (Produto Interno Bruto) do Equador são baseados na venda de petróleo. O governo usa seus lucros para pagar a dívida externa, o que tem assegurado um pré-acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Mas a flutuação nos preços internacionais do petróleo afeta drasticamente a economia interna.
Nos anos 90 vieram as piores crises, com desastres naturais inclusive, levando a economia a uma queda livre em 1999. O sistema bancário entrou em colapso e o país optou por não mais pagar a dívida externa. No mesmo ano, a moeda se desvalorizou em cerca de 70% e com a volta da inflação, o governo decidiu dolarizar a economia. A decisão provocou uma série de problemas políticos, mas em março de 2000 o Congresso aprovou reformas estruturais.
Balança
O presidente Lucio Gutiérrez, que tomou posse em janeiro de 2003, beneficou-se da alta do preço do petróleo, mas ainda deve enfrentar muitos problemas. Atualmente, os principais produtos importados do Brasil pelo Equador são automóveis, autopeças, medicamentos, papel e máquinas diversas. Para o Brasil, o Equador vende principalmente medicamentos, chocolates, peixes, sucos de frutas, chapéus de palha e nylon.
O resultado é que a balança comercial do Equador com o Brasil é extremamente negativa. Entre janeiro e maio de 2004, o Brasil foi o quinto maior provedor de bens para o país. Em 2003, enquanto o Brasil ganhou US$ 366,4 milhões com vendas ao Equador, o Brasil importou desse país apenas US$ 19,4 milhões.
Entre as empresas brasileiras presentes no Equador, destaca-se a Petrobras – responsável pela exploração na Amazônia Equatoriana e pela aquisição recente da empresa Perez Companc –, além da Odebrecht, Andrade Gutiérrez, Ambev, Sul América Seguros, Camargo Correa e Busscar.