Diminui ritmo de contratações em São Paulo, aponta pesquisa

25/08/2004 - 16h32

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O índice de contratações nas empresas da região metropolitana de São Paulo continuou a crescer em julho, ainda que de forma menos acelerada do que nos três meses anteriores. Houve um aumento de 0,4% no nível de ocupação, o que representa um acréscimo de 32 mil pessoas no contingente de ocupados, de 8,127 milhões de trabalhadores. Em junho, a alta no nível de ocupação foi de 1,3% (107 mil novas vagas) e de 2% em maio (157 mil).

Apenas o setor de serviços manteve a oferta de emprego em alta, com a contratação de 73 mil trabalhadores. O total de trabalhadores ocupados neste segmento passou de 4,234 milhões para 4.307 milhões. No comércio, houve corte de 35 mil postos de trabalho. Na indústria, foram canceladas mil vagas, índice considerado estável, já que ainda existem postos a serem preenchidos, segundo o coordenador da pesquisa da Fundação Seade, Alexandre Loloian.

Os dados constam de pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), divulgada hoje. De acordo com o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, apesar da intensidade menor na oferta de vagas, a taxa de desemprego deve continuar caindo ao longo dos próximos meses. Segundo ele, tradicionalmente, a economia fica mais aquecida no segundo semestre. Em julho, a taxa atingiu 18,5%, a mais baixa desde dezembro de 2002.

A pesquisa de emprego e desemprego mostra que, nos últimos 12 meses, foram criadas 245 mil ocupações, superando o número de pessoas que entraram para o mercado de trabalho, de 156 mil. Segundo Ganz, para que a economia alcance um crescimento sustentado, com uma geração de empregos elevada e forte redução da taxa de desemprego, é preciso um aumento dos investimentos na produção, que hoje se situam em torno de 18% do Produto Interno Bruto (PIB).