Brasília, 24/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - o ex-presidente Getúlio Vargas, durante os 19 anos que esteve no poder, moldou grande parte da política brasileira. "Ele esteve na presidência sobre várias formas. Seu legado é fecundo e deve ser extremamente ressaltado. Ele fez muito mais do que poderia ter feito na época", afirmou o professor e cientista político da Universidade de Brasília, João Paulo Peixoto, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM.
Segundo o professor, os opositores de Getúlio tinham três grandes motivos para combatê-lo. "Pela visão estatizante que ele tinha do processo do desenvolvimento, pelos seus oito anos de ditadura e por sua visão nacionalista do Brasil. Essas três razões eram totalmente opostas à visão dos liberais concentrados, na época, na UDN", explicou.
Paulo Peixoto lembrou que, durante a II Guerra Mundial, "tanto os aliados como os países do eixo tentaram obter o apoio do Brasil. Vargas era de alguma forma assimilado, identificado com os regimes ditatoriais, mas ele teve a posição sensata de aderir aos aliados", afirmou.
Na sua opinião, não há duvidas que Getúlio realmente cometeu suicídio. "Eu diria que o suicídio foi o resultado de uma pressão política muito forte", afirmou.