Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Já estão abertas as inscrições para o pioneiro concurso de produção de jogos eletrônicos culturais e educativos do ministério da Cultura. "É a primeira vez, não só no Brasil, mas na América Latina", comemorou o secretário do Audiovisual, Orlando Senna, no lançamento do edital, realizado no dia 08/07.
O Concurso está dividido em três fases. A primeira é a seleção de idéias originais. Os oito criadores que passarem para a segunda etapa terão R$ 30 mil para o desenvolvimento do projeto e de uma versão demonstrativa do jogo. "Essas versões serão apresentadas para empresas que as desenvolvam", explica o secretário. Não é necessário ser um especialista para participar. Qualquer pessoa pode concorrer, sejam estudantes, usuários ou profissionais da área. A inscrição pode ser feita no site do ministério da Cultura (www.cultura.gov.br/jogosbr).
O objetivo é fomentar a indústria brasileira de jogos, ainda dominada por produtos importados. Segundo dados do ministério da Cultura, em 1997, o rendimento anual da indústria norte-americana de jogos eletrônicos foi de US$ 5,3 bilhões e as vendas mundiais chegaram a US$ 10 bilhões. Para os próximos cinco anos, a expectativa de crescimento é de 50% a 75% desse mercado.
A novidade é parte da política para o desenvolvimento digital brasileiro. "Pretendemos estabelecer posteriormente concursos para sites e obras multimídia, porque a secretaria não é exclusivamente do cinema", afirma Orlando Senna.
"A gente entende o jogo como uma manifestação cultural da rapaziada que está com um pé na era digital", esclareceu Cláudio Prado, responsável pela coordenação de políticas digitais no Ministério da Cultura, ao anunciar a atividade. "Pode ser a ponte de muita molecada para um mundo digital de qualidade, que não seja essencialmente comercial", ressaltou Prado.
Ele explicou também que a idéia é procurar uma linguagem brasileira para os jogos, que contemple a criatividade do país. "A gente acha que inclusão digital é inclusão social sem que as pessoas tenham que ser somente consumidoras. É a contracultura, como foi o rock, o tropicalismo e a liberação sexual", afirmou.