Servidores de universidades em greve vão analisar proposta do governo

20/08/2004 - 17h07

Marina Domingos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo federal está próximo de fechar acordo com os servidores técnicos administrativos das universidades federais, que estão em greve há 59 dias. Mais uma rodada de negociação foi feita hoje entre representantes da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra), o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça e o secretário executivo-adjunto do Ministério da Educação (MEC), Jairo Jorge. "A proposta, em nível de conteúdo do projeto, atende nossas expectativas", disse o coordenador da Fasubra, Paulo Henrique dos Santos.

Os funcionários se reunirão em assembléias locais, na segunda (23) e na terça-feira (24), e podem declarar extinta a greve já na próxima quarta-feira (25). Segundo Paulo Henrique, uma das principais reivindicações era mais recursos para garantir o reajuste, mas essa discussão poderá ser realizada na mesa permanente de negociações com o governo federal. "A greve pode ter fim à medida que a categoria sinta que pode continuar a discutir na mesa central de negociação, avançando na questão do orçamento", ressaltou o coordenador.

O governo apresentou sua última proposta definindo o índice para mudança de cargos e função (step) em 3% para 2005, com acréscimo de 0,6% em 2006. No total, já foram liberados R$ 700 milhões para o reajuste em 2004, R$ 341 milhões serão aplicados em 2005 e mais R$ 365 milhões em 2006. "O importante é que conseguimos a incorporação das gratificações e a reestruturação da malha salarial e isso facilita para um segundo momento de negociações", explicou Paulo Henrique dos Santos.

Para o secretário Jairo Jorge, a categoria deve considerar a proposta como uma conquista. Ele destaca que, além do reajuste e da definição do "step", os servidores garantiram, ainda, o envio do projeto de lei que cria o Plano de Carreira da categoria para votação no Congresso Nacional. "São mais de 300 cargos, um projeto complexo de estruturação das carreiras. Esperamos votar o plano de carreira no esforço concentrado dos deputados ainda em setembro", afirmou Jorge.