Rio terá novas opções de transporte

19/08/2004 - 13h15

Rio, 19/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Rio de Janeiro contará com novas opções de transporte para evitar engarrafamentos. A proposta é que até o final do primeiro semestre de 2005 entre em operação a primeira ligação hidroviária criada pela prefeitura da cidade, ligando a Ilha do Governador a Botafogo, incluindo uma linha seletiva entre os aeroportos do Galeão e Santos Dumont.

O projeto foi apresentado hoje, na Associação Comercial, durante o seminário "Plano Municipal de Transporte Hidroviário Urbano de Passageiros, pelo pesquisador da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Barbosa Neves. Há cinco meses, ele coordena o grupo da prefeitura que trabalha no projeto e que foi tese de sua dissertação de mestrado.

"Hoje, nós temos uma questão crítica porque a matriz de transporte da cidade é sustentada pelo modal rodoviário, com 80% da população utilizando esse modal como transporte de massa. Isso, na verdade, causa uma série de transtornos para a cidade. Quando tivermos a possibilidade de manter um equilíbrio, utilizando o modal hidroviário e o ferroviário, vamos ter um pouco mais de condição social, com aumento de geração de emprego, de geração de renda e de negócio".

A prefeitura decidiu investir depois que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) definiu que a competência sobre a outorga do serviço cabe aos municípios. O diretor-geral da agência, Carlos Alberto Wanderley Nóbrega, participou do encontro e disse que o projeto é possível tecnicamente, mas o município deve levar em conta os custos de se fazer um terminal, principalmente em mar aberto como a Barra da Tijuca, e a tecnologia da embarcação adequada. "Existe a tecnologia, a questão é se pesar o custo, quanto vai resultar a tarifa para o usuário, e a prefeitura verificar se é viável ou não", explicou.

A prefeitura publicou decreto na segunda-feira passada da linha Ilha do Governador – Botafogo e já lançou um pré-edital que será discutido em audiência pública no próximo dia 31. Numa segunda fase, estão previstas mais três linhas: Centro-Barra da Tijuca e aos municípios de Magé e Macaé.

O secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis, defende a linha hidroviária para a Barra da Tijuca. Há cinco anos, ele convidou um grupo, inclusive o atual ministro da Cultura, Gilberto Gil, para fazer a viagem, num aerobarco, mas encontrou mar agitado e quase todos passaram mal. "Foi usado um aerobarco da Baía de Guanabara e as condições do mar mudaram. Mas chegamos na Barra da Tijuca em 25 minutos e não haverá problemas no trajeto com uma embarcação apropriada para esse tipo de mar aberto, com toda estabilidade. Naquela época, esse tipo de embarcação não estava disponível, senão teria dado certo.’

A prefeitura ainda não tem estimativa de custos e nem do tipo de capacidade das embarcações que serão usadas nas linhas hidroviárias.