Brasília, 19/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e tesoureiro nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jacy Afonso de Melo, alertou para a possibilidade de ser deflagrada uma greve geral dos bancários no próximo mês.
Ao explicar os principais motivos da paralisação de quatro horas realizada durante na manhã desta quinta-feira em 14 estabelecimentos bancários de Brasília, ele afirmou que "caso os banqueiros não apresentem uma proposta que a categoria entenda como suficiente, no mês de setembro, data-base da categoria, os bancários vão entrar em greve geral", afirmou.
Na semana que vem, adiantou Afonso, está marcado um ato na cidade de São Paulo de todos os bancários do país. "A paralisação da próxima semana vai servir para mostrar aos banqueiros a nossa insatisfação com a proposta apresentada na semana passada pela Federação Nacional dos Bancos (Febraban)", reforçou.
Segundo Afonso, a "greve de advertência" de uma manhã em um ponto localizado de Brasília e de outras capitais aconteceu "em virtude do apreço que os bancários têm para com a população e para prejudicar o menos possível os clientes dos bancos". Para ele, "infelizmente os banqueiros não têm apreço nem pelos bancários e nem pela população". Como exemplo desse descaso Afonso citou "o aumento abusivo das tarifas e dos juros, além do pagamento de baixos salários para a categoria".
O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília disse que, na data-base de 1º de setembro, "temos uma reivindicação de aumento real de 25%". Em contrapartida, afirmou ele, "os bancários, infelizmente, estão apenas apresentando 6%". Na avaliação de Afonso, "os bancos são o setor que mais lucros teve no país e o que se quer é distribuição de renda no Brasil para os bancários e para a população, com diminuição de tarifas".
Para o assessor de imprensa da Superintendência Regional do Banco do Brasil, Carlos Neves, a paralisação dos bancários não chegou a afetar significativamente o trabalho na agência do Setor Comercial Sul. "Não afetou nosso atendimento, uma vez que foi apenas uma hora sem trabalho dentro do expediente normal, além de ter sido uma paralisação pontual", afirmou.