Márcia Wonghon e Alessandra Bastos
Repórteres da Agência Brasil
Recife – Três volumes contendo diários inéditos da vida do diplomata, político e escritor Joaquim Nabuco serão publicados ainda este ano. Nesta quinta-feira, dia 19, quando acontece o 155º aniversário de nascimento de Nabuco, o Ministério da Ciência e Tecnologia assinou um convênio com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para investir R$ 110 mil na coleção, cujos originais datam do período entre 1874 e 1910.
Durante a cerimônia de assinatura do convênio com a Fundaj, o ministro Eduardo Campos afirmou que a publicação tem importância relevante para preservação da obra do escritor pernambucano, que defendeu a abolição da escravatura, a liberdade de expressão e as reformas sociais. "Vão ser importantes documentos de consulta dos historiadores brasileiros, dos cientistas sociais e também fonte de conhecimento para a juventude, que poderá conhecer as reflexões de Nabuco, em um período tão relevante da história do país", declarou.
Os volumes serão publicados pela editora Massangana. Joaquim Nabuco (1849-1910) se dividiu entre a literatura, o jornalismo e a política. Mas a luta pela abolição da escravatura percorreu as três profissões durante toda sua carreira. Em 1878, o escritor de "Camões e os Lusíadas" (1872), "O abolicionismo" (1884) e "Um estadista do Império" (1896), iniciou a campanha contra a escravidão. Organizou e instalou, em sua própria casa, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. A atitude desafiou a elite conservadora da época, que considerava a escravidão indispensável ao desenvolvimento do país. O escritor participou também da fundação da Academia Brasileira de Letras, que teve Machado de Assis como primeiro presidente e Nabuco como secretário perpétuo.