Brasil doa minifábrica ao Haiti para industrializar castanha de caju

19/08/2004 - 19h04

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Haiti receberá dentro de poucas semanas uma minifábrica de beneficiamento de castanha de caju, como parte do acordo de cooperação internacional com o Brasil, formalizado durante a visita do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Lula esteve ontem no Haiti, onde acompanhou o Jogo da Paz, entre aa seleções dos dois países.

A tecnologia da minifábrica foi desenvolvida pela Embrapa Agroindústria Tropical, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que fica em Fortaleza. O equipamento foi produzido pela empresa local Incomap e será enviado assim que houver espaço numa das aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) que viaja regularmente ao Haiti, para levar provimentos para as tropas brasileiras em serviço no país.

A minifábrica tem capacidade para processar 200 toneladas de castanha por dia, com rendimento de 44 toneladas de amêndoas. Com esse volume, gera-se 32 postos de trabalho diretos na linha de produção e cerca de 100 empregos no campo. No Brasil, com cinco minifábricas instaladas, a vantagem é que o produtor deixa de ser fornecedor de castanha "in natura" para as grandes indústrias, o que agrega valor ao produto.

O equipamento permite que se faça a classificação, autoclavagem, corte manual, desidratação, retirada da película, seleção, classificação e até mesmo embalagem do produto final. O Haiti tem uma área plantada de 15 mil hectares de cajueiro. Pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical seguem para o Haiti, assim que o equipamento for encaminhado, para acompanhar a instalação e capacitar os técnicos haitianos a operá-lo. Além disso, eles vão repassar técnicas agrícolas de manejo no plantio do cajueiro.