Seminário nacional discute saúde da população negra

18/08/2004 - 10h42

Brasília, 18/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Durante dois dias, cerca de 250 técnicos e gestores das três esferas de governo, além de representantes de organizações sociais ligadas ao movimento negro, e pesquisadores, reúnem-se em Brasília, durante o Seminário Nacional de Saúde da População Negra.

O objetivo do encontro, promovido pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Especial de Política e Promoção da Igualdade Racial, é discutir a inclusão do componente raça como instrumento de identificação de prioridades de ações, programas e políticas públicas voltadas para os negros, que representam 45% da população brasileira.

Um dos estudos a ser apresentado, hoje à tarde, durante o seminário, mostra que no Brasil a garantia legal do acesso universal e igualitário aos serviços de saúde, não tem assegurado aos negros o mesmo tratamento dispensado aos brancos. De autoria da pesquisadora Fernanda Lopes, o estudo revela, por exemplo, que o número de morte de mulheres entre 10 e 49 anos, por causas relacionadas à gravidez, parto e complicações no período pós-parto é três vezes maior entre as negras que entre as brancas, devido, em grande parte dos casos, à falta de assistência pré-natal.

Outro objetivo do encontro é propor estratégias para implementar e monitorar as metas previstas no Plano Nacional de Saúde, de maneira a promover a eqüidade racial. A abertura oficial do seminário está marcada para as 19 horas, com a presença dos ministros da Saúde, Humberto Costa, e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.