Produtor gaúcho pede a Roberto Rodrigues que limite importações da Argentina

18/08/2004 - 18h42

Brasília, 18/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os produtores gaúchos de trigo, arroz, cebola, alho e pediram ao governo que imponha limitações à importação dos produtos oriundos dos países do Mercosul, principalmente da Argentina. Uma comissão de representantes dos setores, liderados pelo deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP/RS), levou o pedido hoje ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. No caso do arroz, eles querem a imediata suspensão das importações e, se a safra continuar com os excedentes atuais, a suspensão permanente.

Segundo o deputado, os produtos argentinos chegam ao Brasil mais baratos, devido à isenção de impostos, em concorrência desleal com os produtos brasileiros. Quantidades cada vez maiores de trigo, arroz, alho e vinho são importadas da Argentina. "Ele (o ministro) nos disse que entende o problema, mas essa é terá que haver uma decisão de governo", informou Heinze.

Heinze informou que, ao final do encontro, o ministro disse que vai aguardar as negociações da comissão nos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo o deputado, o ministro disse que vai aguardar o resultado pra ter uma orientação e, depois, com todos os ministérios, esperar o posicionamento do governo sobre as reivindicações dos produtores.

O Brasil é praticamente auto-suficiente em arroz. Na última safra, registrou-se excedente de um milhão de toneladas. Ainda assim, o Brasil importou só neste ano, até o mês de junho, 350 mil toneladas de arroz do Uruguai, Argentina e Tailândia. "Não tem por que importar. Isso reduz o preço dos nossos produtos", alegou o presidente da Associação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz), Valter Pötter.

O custo de produção da saca no Brasil é de US$ 9, enquanto o produto argentino chega por, no máximo, US$ 7 a saca. Segundo Pötter, o preço do produto brasileiro foi pressionado por recentes reajustes de fertilizantes, implementos agrícolas como tratores e colheitadeiras, e também gasolina.