Rio, 18/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Petrobras mudou a estratégia que vinha adotando a diretoria anterior, de dar prioridade aos grandes campos de petróleo localizados em áreas profundas, e passou a disputar as pequenas áreas produtoras das chamadas bacias maduras, que seriam transferidas por leilão a outras empresas.
A afirmação foi feita nesta quarta-feira, no Hotel Sheraton, pelo gerente executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno, durante a 6ª Roidada de Licitações de áreas para exploração de petróleo e gás, promovida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP)..
A mudança de estratégia pôde ser constatada na forma agressiva com que a Petrobras disputou os blocos terrestres dessas bacias maduras, muitos dos quais pagando ágios elevadíssimos. Somente em parceria com a Petróleos Portugal, a estatal brasileira arrematou, no primeiro dia do leilão 16 blocos, metade dos quais como operadora.
Para o gerente executivo da Petrobras, a mudança de estratégia da companhia foi necessária para aproveitar a infraestrutura existente e manter a produção desses campos. "A política é de aproveitamento ao máximo dos campos maduros. Mudou completamente a estratégia porque entendemos que ninguém é mais eficiente nessas área - em que nós temos toda uma infraestrutura montada (campo, duto) - do que a Petrobras", afirmou.
Nepomuceno lembrou que, quando a empresa começou a explorar em águas profundas e descobriu campos gigantes, os técnicos acharam que poderiam abandonar as áreas terrestres - uma vez que haveria concentração nos grandes campos. "Só que nos campos terrestres nós aprendemos muito. Estamos interessados nas bacias maduras, não apenas para mantermos a produções que temos hoje, para aproveitar a infraestrutura que tem lá, mas também porque aprendemos com os campos maduros", explicou.
Segundo Nepomuceno, atualmente a estatal produz 230 mil barris diários de petróleo nos chamados campos maduros. "São 100 mil na bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte; 50 mil na Bacia de Sergipe-Alagoas; 50 mil na da Bahia e 30 mil na Bacia do Espírito Santo", revelou.
Segundo ele, a Petrobras vai apostar na recuperação avançada de petróleo nessas áreas. "A gente vai tentar tirar mais petróleo dessas áreas. Manteremos a produção atual e tentaremos aumentar o fator de recuperação. Embora essas acumulações em terra sejam pequenas, elas mantêm a produtividade da Petrobras nessas áreas. Acho que o fator médio de recuperação nestes campos vai chegar a 30%", concluiu.