São Paulo, 18/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio/SP) acredita que a manutenção da taxa Selic em 16% ao ano, decidida hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), poderá frear o ritmo de crescimento neste segundo semestre. Na avaliação da entidade, o que deu impulso à indústria e às vendas do varejo foi a melhoria das condições de crédito resultante da queda na taxa básica de juros.
"Com a permanência em 16%, porém, as taxas cobradas no mercado tendem a ficar estáveis ou aumentar e o estímulo ao consumo, via crédito, poderá não ter a mesma evolução," afirma o presidente da Federação, Abram Szajman, em nota oficial divulgada agora á noite.
Para a Fecomércio, uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic não teria reflexos na inflação. "A pressão sobre o índice de inflação vem sendo exercida, principalmente, pelo preço do barril do petróleo, fator sobre o qual a política monetária austera não tem efeito", explica a nota da entidade.
A Fecomercio resssalta que as taxas de inadimplência vêm caindo e, por isso, os bancos deveriam reduzir o spread bancário, o que representaria uma queda nas taxas de juros, e em consequëncia, um estímulo ao crédito.
"Não há motivos para os bancos continuarem cobrando tão alto, diante dos sinais de retomada da economia, como a melhoria de renda e do nível de emprego. Atualmente, a queda da inadimplência permite que o risco do empréstimo seja reduzido e com isso seria possível cortar também os juros cobrados dos consumidores", explica Abram Szajman.