Lula diz a brasileiros em Santo Domingo que está ainda mais otimista

18/08/2004 - 7h58

Lourival Macedo
Enviado especial

Santo Domingo (República Dominicana) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar mais feliz hoje do que quando assumiu o governo, no dia 1º de janeiro de 2003. Durante encontro ontem com a comunidade brasileira residente em Santo Domingo, Lula acrescentou que espera estar amanhã ainda mais otimista.

Para um grupo de mais de cem brasileiros residentes no país caribenho, o presidente falou sobre a retomada do desenvolvimento brasileiro, o aumento das exportações e o superávit recorde da balança comercial, previsto para US$ 30 bilhões neste ano graças à diversificação dos parceiros comerciais, como os novos mercados abertos pelo Brasil na África, Ásia e países árabes. "O que nós estamos fazendo é procurar outras opções que não sejam apenas os parceiros tradicionais, como Estados Unidos e os países europeus, para que nossas relações sejam mais amplas, mais plurais e que o país não fique dependente apenas de um país ou de um bloco", disse.

O Brasil está crescendo e para tornar esse crescimento sustentável, definiu uma política industrial, destacou o presidente, ao lembrar que há 20 anos não se discutia o assunto, sob a alegação de que não era necessária uma política para o setor. "Temos que escolher quais os setores que precisamos priorizar para que o Brasil possa ser um grande exportador de conhecimento, que é a área que pode trazer mais valor agregado aos produtos que vendemos para o mundo", afirmou Lula aos brasileiros residentes na República Dominicana. "Eu digo sempre que é importante, para um governante, não a quantidade de obras que ele faz mas o nível de relação que foi capaz de criar entre o Estado e a sociedade", acrescentou.

Essa foi a mesma linha do discurso que o presidente Lula fez durante o encontro com os empresários da Câmara de Comércio dominicano-brasileira, a quem explicou que o Brasil goza de uma certa tranqüilidade externa, está respeitando e sendo respeitado.

Aos empresários, o presidente anunciou que em 2005 o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar uma parcela dos recursos para financiar empresas brasileiras nos países da América Latina e Caribe. E disse que o Brasil está consciente de seu papel, como maior país da América do Sul e com uma economia mais representativa. Por isso quer implementar uma parceria comercial que não seja de exploração, mas de cooperação e ajuda aos países mais pobres. "O Brasil tem tecnologia de ponta em vários setores, como a agricultura e o ministro Roberto Rodrigues, que já foi presidente da Organização Mundial de Cooperativas, pode desenvolver uma parceria com os países menos favorecidos", disse o presidente.