Presidente da Caixa vê sinais de recuperação do setor imobiliário

16/08/2004 - 18h09

Rio, 16/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, afirmou hoje, no Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro(Sinduscon/RJ), que há sinais de retomada do setor imobiliário, "que sofreu muito e demonstrou uma lentidão maior do que outros setores para sua recuperação, inclusive e sobretudo pelas dificuldades da renda da população brasileira".

Os indicadores hoje são positivos, com reflexos em toda a cadeia produtiva, incluindo aumento no consumo de cimento, maior procura por financiamentos nos últimos meses, crescimento no número de imóveis vendidos, aumento do número de empregos, entre outros fatores, segundo o presidente da Caixa.

Outro ponto que sinaliza nessa direção foi o aumento de R$11 bilhões do orçamento da Caixa em 2004 para habitação e saneamento, superior em 58% ao de 2003, do qual já foram contratados até julho mais de R$ 5 bilhões, beneficiando quase 17 milhões de pessoas e gerando cerca de 700 mil empregos. O setor de saneamento já contratou mais de 85% dos recursos previstos este ano. Jorge Mattoso disse que, somados os recursos de 2003 e 2004, o total supera os investimentos dos últimos 10 anos da Caixa.

Esses são elementos positivos, ressaltou Jorge Mattoso. Ele destacou, entretanto, que a Caixa tem consciência de que existe a necessidade de muitos ajustes em programas e linhas de financiamento, especialmente nos programas habitacionais, para que possam ser aplicados em sua integralidade os recursos disponíveis.

Mattoso sublinhou a importância da parceria entre a Caixa e o setor empresarial para que esse objetivo seja alcançado. Nesse sentido, afirmou que duas diretrizes são necessárias: o foco na construção de novas unidades e a alocação dos recursos de acordo com o perfil do déficit e da demanda habitacional, conforme definido pelo governo. A adequação dos programas objetiva, segundo Mattoso, a simplificação de procedimentos e a redução de prazos de aprovação e da demanda mínima exigida.

Os procedimentos de análise de risco de crédito da Caixa têm sido aperfeiçoados e começam a dar resultados: a taxa média de aprovação das construtoras já ultrapassou o índice de 84%, informou Mattoso.O oresidente da Caixa destacou também a medida de ampliação de crédito da instituição para bens de consumo e duráveis. Somente este ano, a Caixa está resservando mais de R$ 30 bilhões para o crédito comercial, englobando pessoa física e jurídica.

A convicção de Jorge Mattoso é de que o Brasil está ingressando em uma nova fase de desenvolvimento e distribuição de renda, deixando para trás os "dias nublados". Advertiu, porém, que "não dá para deitar em berço esplêndido, cruzar os braços e esperar a expansão da atividade produtiva". Para assegurar melhor atendimento aos clientes, pessoas físicas e empresas, a Caixa está ampliando o número de postos, tendo em vista que perdeu mercado, em especial nos grandes centros financeiros e urbanos, caso do Rio de Janeiro.

A meta é criar 500 novas agências até 2006 e 8 mil correspondentes bancários em todo o país. A idéia é saltar de 14,5 mil postos de atendimento registrados em 2002 para 23 mil postos no final de 2006. Mattoso analisou que o crescimento do pais, do setor imobiliário e da própria Caixa decorreu de parceria e de diálogo com as entidades representativas da construção civil. Garantiu que a Caixa continuará aberta a esse processo de parceria com o setor.