Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), defendeu a imediata investigação pela Polícia Federal de denúncias divulgadas pela imprensa de que assessores de parlamentares estariam chantageando empresários e representantes do sistema financeiro com os dados colhidos a partir da quebra de sigilos determinada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado.

"Se realmente as denúncias forem verdadeiras isso é caso de polícia. A Polícia Federal tem que investigar" disse Ideli em entrevista à Agência Brasil. Segundo Ideli Salvati, a comissão "perdeu totalmente o controle" e os trabalhos precisam ser colocados em ordem para que sejam concluídos até dezembro. A líder acrescentou que "há dois meses já estava clara a gravidade
da situação na CPMI", devido a problemas de relacionamento entre o presidente, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e o relator, deputadoJosé Mentor (PT-SP).

Apesar do impasse que acabou provocando a interrupção da investigação, determinada na semana passada por José Mentor, a líder petista ressaltou que a crise na comissão não pode interferir nas votações do esforço concentrado de 24 a 27 de agosto, como aconteceu na semana passada."A CPMI é grave, precisa de providências, mas não pode tomar conta do esforço concentrado como tomou na semana passada. Este é o nosso grande
desafio", afirmou.

Para a senadora petista a gravidade das informações veiculadas no sábado sobre um possível uso das informações da CPMI para achacar empresários, doleiros e banqueiros, "está tão explícita que a tendência é de que os ânimos se acalmem na próxima semana". Acrescentou que é necessário colocar a comissão para trabalhar com regras de procedimento claras.