Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assessor especial do governo para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje que, depois de enviar ao Haiti uma força de estabilização para ajudar o país a se recompor, o Brasil vai levar, com o futebol, um pouco de solidariedade a um estado que foi fortemente golpeado na política e na economia. Para ele, a partida entre as seleções do Brasil e do Haiti é simbólica, é um ato de generosidade. "Futebol é um grande campo de solidariedade", disse.
Garcia se referia à partida amistosa que as seleções do Brasil e do Haiti disputam, na próxima quarta-feira (18), na capital haitiana, Porto Príncipe. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assistir ao jogo, promovido pelo governo brasileiro e pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Garcia considera dramática a situação do Haiti, mas ressalta ser uma situação que pode ser resolvida com certa facilidade. "Qualquer ajuda dispensada ao Haiti, hoje, seguramente vai ter resultados positivos", disse Garcia. Ele alertou, entretanto, que uma "solução de estabilização política não pode vir só pela presença de tropas. Junto com essa presença das forças da ONU lá, é preciso que se dê também um conjunto missões econômicas e sociais", afirmou.
Ele também destacou a paixão dos haitianos pelo futebol, ao explicar que a decisão do presidente Lula de realizar um "jogo da paz" no Haiti, com a participação da seleção brasileira, faz parte de um plano que visa ao estabelecimento de uma relação de cooperação com aquele país.
Segundo Garcia, para um presidente que tem colocado no centro das suas preocupações internacionais a questão social e o combate à fome, seria muito estranho que, diante de uma situação emergencial como esta no Haiti, o Brasil não reagisse. "Nós estamos reagindo em coerência com o resto da política que estamos defendendo. Estamos defendendo valores no Haiti. Não são valores comerciais, pois sabemos que o nosso comércio com Haiti não vai ser a salvação da lavoura", disse Garcia.
De acordo com o assessor especial da Presidência, a decisão de se realizar o jogo foi do presidente Lula, da CBF e dos jogadores. "Foi uma ação solidária, que demonstra que o Brasil está imbuído de uma consciência social e que está disposto a assumir um engajamento social não só aqui dentro, mas também numa escala internacional", concluiu.