Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - No próximo ano, o governo começará a recuperar as perdas de custeio das universidades. "Há uma quebra de financiamento há mais de dez anos e, no ano que vem, nós começaremos a recuperação com o aumento de 32% no custeio. É um avanço muito grande, ainda insuficiente, mas espetacular, comparativamente ao último período", disse hoje, em São Paulo, o ministro da Educação, Tarso Genro.
Ele participou, na Assembléia Legislativa de São Paulo, de um debate técnico sobre "Democratização do Acesso à Universidade". Na ocasião, um grupo ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE) – contrário a alguns pontos em discussão sobre a Reforma Universitária – fez um protesto durante a palestra do ministro. Eles gritavam palavras de ordem e faziam um "apitaço" enquanto Genro explicava pontos como financiamento das universidades e sistema de cotas.
"Hoje de manhã eu recebi a UNE em Brasília, que foi apoiar a Reforma Universitária e fazer suas demandas", disse o ministro. Genro lembrou de alguns pontos comuns entre a UNE e as propostas do governo, como a política de cotas de escolas públicas e para afro-descendentes.
"A UNE, que representa a ampla maioria dos estudantes, está parceira nessa disputa, embora tenha suas demandas contrárias ao governo, mas tem um pequeno setor no movimento estudantil que quer interditar o debate se opondo a uma reforma para expandir e qualificar a universidade pública", explicou.
No mesmo evento, havia outros grupos que, ao contrário, apoiavam a reforma, como o Movimento dos Sem Universidade. Eles alegaram que o sistema de cotas era o único meio de acesso dos estudantes da periferia às universidades.
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GA