Presidente da Câmara diz que CPI do Banestado pode ter errado no método

11/08/2004 - 15h25

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), disse hoje que a CPMI do Banestado pode ter errado no método, mas defendeu o relator da comissão, deputado José Mentor (PT-SP), que, em sua opinião, trabalhou corretamente. "Não é a atuação dele (a ser analisada). É a atuação da CPI, que é um colegiado. Eles podem ter errado no método, mas ele trabalhou corretamente", disse João Paulo.

O deputado lembrou que, a partir de um CD-ROM com milhares de transações bancárias, os integrantes da comissão parlamentar mista de inquérito foram realizando a quebra de sigilo de várias pessoas, mas ressaltou que não vê problema na utilização das informações dentro da CPI.

"O erro é divulgar informações. Não quebrar o sigilo", afirmou João Paulo. Para ele, o objetivo da CPI é descobrir falcatruas no envio de dinheiro através das CC-5 (contas que permitem a remessa de recursos para o exterior). Por isso, garantiu o deputado, as pessoas que não têm problemas não precisam ficar preocupadas. "Quem é do bem não precisa ter medo. Só teme quem tem algum problema. Qual o problema de quebrar o sigilo de quem enviou dinheiro (ao exterior) e declarou no Imposto de Renda ?", questionou.

Para ele, no entanto, a possibilidade de se acabar com os trabalhos da CPI também poderia estar atendendo a "outros interesses". "Podem estar atendendo a outros e estar utilizando os bons para encobrir os maus. Eu tenho uma posição muito cética com CPIs", afirmou João Paulo.