Mercosul espera equilíbrio na proposta européia para cota de importação de carne

10/08/2004 - 16h12

Brasília, 10/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O vice-chanceler da Argentina, Martín Redrado, afirmou agora à tarde que, caso não avancem as negociações sobre a cota de carne bovina com o bloco europeu, os contatos ficarão suspensos até novembro, quando seria adotado novo cronograma.

A afirmação foi feita antes do início da reunião, no Itamaraty, com os negociadores do Mercosul, da União Européia e o diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Régis Arslanian.

Redrado defendeu uma proposta mais equilibrada da União Européia, que permita às partes chegarem a um acordo. "Não há equilíbrio entre as ofertas. Esta reunião é um divisor de águas. Aguardamos melhores ofertas da União Européia", disse.

A negociação com a União Européia (UE) não vai tratar de todos os tópicos do acordo, como ocorre nas reuniões do Comitê de Negociações Birregionais, mas se concentrará em acesso a mercados. Para os participantes, esse é o ponto focal do impasse mantido nos últimos 20 dias.

O Mercosul apresenta aos negociadores europeus proposta para exportar 315 mil toneladas de carne bovina por ano, com isenção tarifária. Hoje, o Mercosul exporta 230 mil toneladas anuais de carne para a União Européia, das quais 130 mil toneladas com tarifa reduzida de 20% e as 100 mil toneladas restantes com taxação que equivale a 170%.

O bloco europeu propõe a importação de 100 mil toneladas do Mercosul em duas fases, 60 mil toneladas em 10 anos, com alíquota de 10%, e 40 mil toneladas que dependeriam das negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para o Mercosul, a proposta da União Européia não assegura que as 40 mil toneladas seriam exportadas para o bloco, já que dependeria de negociações.