Paula Medeiros
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que nos últimos dois anos o número de recrutas das Forças Armadas foi dobrado e que, pela primeira vez em 15 anos, o país atingiu a marca de 100 mil selecionados. "Essa é uma vitória de que nos orgulhamos. Desde o início do governo, afirmei o compromisso de reverter a diminuição do número de jovens chamados para o serviço militar. Houve anos em que não apenas tivemos menos recrutas como tivemos que mandar para casa mais cedo os que já estavam engajados", disse.
O presidente participou essa manhã do lançamento de mais uma etapa do programa Soldado Cidadão e da solenidade de recepção aos recrutas incorporados em 2004. Em seu discurso, Lula ressaltou que as Forças Armadas têm o dever constitucional de garantir a integridade do território nacional e de preservar a cidadania. "A essa missão fundamental somam-se outras no campo da atuação dos nossos militares. A sua presença pode e deve também colaborar, cada vez mais, para resolver demandas sociais, apoiar a defesa civil, dar suporte ao desenvolvimento estratégico do país e à integração nacional", afirmou.
Lula lembrou os problemas que a juventude enfrenta em um país que estava submetido à estagnação econômica. "Conheço bem a dificuldades do desemprego e da pobreza, conheço a angústia de pais e mães que olham para os seus filhos e não sabem se eles terão onde trabalhar, se terão oportunidade de conquistar uma vida melhor ou um futuro mais feliz", contou.
Segundo o presidente, parte desses problemas já está sendo resolvida porque o Brasil entrou na rota do crescimento, gerando emprego e aumentado a renda dos trabalhadores. "Para avançarmos ainda mais, será necessário, entre outras medidas, dar cada vez melhor formação aos nossos jovens. Nossas Forças Armadas também estão participando desse esforço", disse.
Além de ampliar o número de recrutas, as Forças Armadas irão oferecer cursos profissionalizantes a 30 mil recrutas neste ano, através do programa Soldado Cidadão. "Estaremos oferecendo formação profissional que vai capacitá-los para obter melhores empregos e melhor colocação no mercado de trabalho", afirmou.
O presidente contou que foi um jovem "frustrado" porque não conseguiu servir ao Exército. "Não sei se porque eu era pequeno ou porque tinha soldados demais. Fiquei sem servir por conta do excesso de contingente. Eu achava que a fisionomia de minha mãe mostrava um orgulho profundo pela possibilidade do seu filho caçula servir às Forças Armadas", revelou.