Ceará lembra 30 anos da morte de Frei Tito

10/08/2004 - 17h41

Fortaleza, 10/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Ceará lembrou hoje os 30 anos da morte de Frei Tito de Alencar Lima, o frade dominicano que se tornou um símbolo da resistência à ditadura militar e uma de suas vítimas mais conhecidas. Frei Tito nasceu no Ceará.

Para marcar a data, foi realizado no Seminário da Prainha, em Fortaleza, o encontro "Trinta Anos do Martírio de Frei Tito", com debate e missa às 14 horas. A data marcou também a criação do Instituto Frei Tito, uma organização não governamental que vai reunir algumas atividades que já são realizadas como a Agência de Noticias Frei Tito (Adital), o Espaço Cultural Frei Tito (Escuta), e o Memorial Frei Tito.

Frei Tito foi um dos religiosos presos em fevereiro de 1969 sob a acusação de atividades subversivas. Torturado de maneira brutal pelos policiais da Operação Bandeirante comandados pelo delegado Sergio Fleury, Frei Tito foi uma das primeiras vozes a denunciar o uso sistemático da tortura pelas autoridades brasileiras.

Em janeiro de 1970 foi banido para o Chile entre os 70 presos trocados pelo embaixador suíço. Do Chile, Frei Tito foi para a Itália e depois para a França, onde buscou tratamento médico para superar as seqüelas das torturas sofridas na prisão. Mas acabou suicidando-se no dia 10 de agosto de 1974.

Entre os amigos do religioso, participou da homenagem ao dominicano o bispo Dom Tomás Balduino, presidente da Pastoral da Terra de Goiás.
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GA