OIT doa equipamentos ao Ministério Público para reforçar combate ao trabalho escravo

09/08/2004 - 18h28

Bianca Estrella
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu hoje uma doação de equipamentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para reforçar a atuação no combate ao trabalho escravo. O material é composto de computadores e impressoras portáteis que permitirão maior agilidade da fiscalização feita por integrantes do Ministério Público do Trabalho que participam das operações do grupo móvel de erradicação do trabalho escravo.

De acordo com a procuradora geral do Trabalho, Sandra Lia Simón, o material é imprescindível para que os técnicos do Ministério Público façam suas peças judiciais onde é constatada a prática do trabalho escravo. Segundo Sandra Simón, o orçamento destinado ao Ministério Público do Trabalho, em 2004, para a erradicação do trabalho escravo foi de apenas R$ 100 mil. "Esse valor é absolutamente insuficiente porque tivemos que tirar verbas de outros lugares para dar continuidade ao nosso trabalho", ressalta a procuradora. "Para 2005, nós pedimos R$ 4,5 milhões e lamentavelmente forneceram R$ 106 mil, um reajuste de 6% no valor de 2004", afirmou Sandra.

A doação faz parte do total de US$ 40 mil em material que a OIT ofereceu ao Grupo de Fiscalização Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do qual o MPT participa. A coordenadora do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo da OIT, Patrícia Audi, explica que essa doação é um reconhecimento de todo o trabalho que o Ministério do Trabalho, o MPT e o estado brasileiro vêm fazendo para combater o trabalho escravo ao longo dos nove anos de existência do grupo móvel.

"Hoje, o Brasil é um referência internacional no combate ao trabalho escravo. Não só pela criação desse grupo móvel, mas também pelas medidas que vêm sendo tomadas com relação à questão", ressalta Patrícia. Segundo ela, a OIT vem apoiando e estimulando os programas feitos no Brasil. "A organização destinou uma verba de US$ 1,7 milhão para o projeto de combate ao trabalho escravo no Brasil que começou em abril de 2002", disse a coordenadora da OIT. "Existem inúmeras atividades previstas nesse projeto que atua em parceria com a sociedade brasileira", acrescentou.