Menor pressão faz inflação medida pelo IGP-DI manter tendência de desaceleração

09/08/2004 - 13h32

Rio, 9/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - A queda de 0,15 ponto percentual entre junho e julho na inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) confirma a tendência de desaceleração do indicador, o que deve se manter pelos próximos meses. A estimativa é do coordenador de Índices do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), Salomão Quadros, que comentou hoje a queda do IGP-DI de julho, que ficou em 1,14%, depois de ter fechado junho com alta de 1,29%.

Houve retração tanto no atacado quanto no varejo e, de acordo com os dados do Ibre – órgão da Fundação Getúlio Vargas – as pressões altistas serão menores a partir de agora. "Nós estamos realmente em uma fase de desaceleração de preços no IGP-DI, que esteve próximo a 1,5% há um ou dois meses, e agora esta cada vez mais próximo de 1%", afirmou Quadros.

Com o resultado de julho, o IGP-DI passou a acumular nos primeiros sete meses do ano uma alta de 8,11%, com a inflação acumulada nos últimos doze meses (a taxa anualizada) ficando em 11,6%.

No atacado, o movimento médio de preços, comparativamente ao resultado de junho, decresceu 0,22 ponto percentual e, embora os preços dos Bens de Consumo tenham passado de 0,68% para 0,95%, os de Bens de Produção recuaram de 2,02% para 1,55%. O Índice de Preços no Atacado (IPA) ficou em 1,35%.

No varejo, os preços situaram-se 0,19 ponto percentual abaixo da variação do mês anterior, principalmente em razão da forte retração no grupo Alimentação, que fechou julho em 0,02%. O Índice de Pre4ços ao Consumidor (IPC) fechou julho em 0,59%.

"Agora em julho, a alimentação teve um recuo fantástico, ficando em 0,02%, o que é praticamente estabilidade de preços", disse. Segundo ele, no atacado, é comum que alguns produtos apresentem elevação de preços nesta época do ano. "Por exemplo: carne, onde o próprio peso da matéria prima Boi Gordo, subiu menos no mês passado".

Com peso menor do que o Índice de Preços no Atacado (IPA), que responde por 60% do IGP-DI; e do que o IPC (30%); o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), que responde por apenas 10% da taxa, no entanto, acusou alta de 0,42 ponto percentual, passando de 0,70% para 1,12%.

Na primeira matéria que a Agência Brasil publicou sobre o IGP-DI houve uma impecisão. A queda de preço de junho para julho entre os grupos que compõem o indicador ocorreu tanto no varejo quanto no atacado, ao contrário do que foi informado.