São Paulo, 5/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - A indústria automobilística está pronta para reagir a um aumento no consumo interno, mas as decisões de ampliar os investimentos ainda dependem da certeza dos empresários de que haverá crescimento sustentável da economia. Foi o que afirmou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogério Golfarb. "Não vejo riscos para que a gente acompanhe o crescimento da demanda à medida que ela aconteça", disse.
Segundo Golfarb, no período de 1990 a 1997 a demanda estava mais acelerada, em torno de 12% de crescimento ao ano, e não houve desabastecimento. Quanto ao aumento de preços dos insumos, como o do aço por exemplo, ele reconheceu a existência de pressão sobre os custos, afirmando que é "uma barreira".
Porém, descartou a possibilidade de desabastecimento e evitou comentar se ocorrerá o repasse em níveis proporcionais para os preços dos veículos. "Essa é uma decisão que cabe a cada uma das montadoras", afirmou.
Golfarb informou que a grande diferença entre a produção atual e a do período de 1990 a 1997 é a demanda mais aquecida no mercado externo. Em conseqüência, as empresas ampliaram as ofertas de vagas em 5,2% em julho sobre julho de 2003, absorvendo 1.298 empregados, o que elevou para 96.816 o total de contratados.
O desempenho do setor de agronegócio também estimulou a contratação de mão-de-obra na fabricação de máquinas agrícolas e outros implementos do gênero. Só nesse segmento houve uma alta de 18,9%, com aumento de 10.593 para 12.590 trabalhadores.