Fiocruz pode aumentar em cinco vezes a produção de medicamentos

04/08/2004 - 5h09

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta quinta-feira, na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, o termo de posse da fábrica de medicamentos adquirida da empresa GSK – GlaxoSmithKline Brasil. O evento integra as comemorações do Dia Nacional da Saúde. Com a aquisição da unidade, que será incorporada pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Far-Manguinhos), a Fiocruz pode quintuplicar a produção de medicamentos. O novo parque industrial, com 105 mil m² de área, passará a se chamar Complexo Tecnológico de Medicamentos Far-Manguinhos.

Para a compra da fábrica, o governo brasileiro investiu US$ 6 milhões. A diretora de Far-Manguinhos, Núbia Boechat, explica que os medicamentos produzidos na nova unidade atenderão a diversos programas do Ministério da Saúde, entre os quais a Farmácia Popular do Brasil. Segundo ela, "é uma coisa inédita no mundo ter uma fábrica de medicamentos, que normalmente está na iniciativa privada, fazendo produtos para atender à população carente".

Com a aquisição do laboratório da GSK, a expectativa é que comecem a ser produzidos antibióticos penicilínicos já a partir do próximo ano, medicamento que a fábrica de Manguinhos (Far-Mangunhos) não oferece à rede pública de saúde. A previsão é de que sejam produzidas 50 milhões de unidades de antibióticos anualmente. Também serão produzidos medicamentos com fórmulas combinadas para combater a aids, tuberculose e malária. De acordo com informações da Fiocruz, aos poucos a produção de Manguinhos será transferida para Jacarepaguá, sede da fábrica da GSK. Com isso, espera-se em 2007 a produção de 10 bilhões de unidades farmacêuticas por ano.

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Far-Manguinhos), que vai incorporar a fábrica da GlaxoSmithKline Brasil, é laboratório produtor de medicamentos para o Ministério da Saúde. A unidade é reconhecida no Brasil e no exterior pela pesquisa e produção de anti-retrovirais. Atualmente, sete dos 16 medicamentos que compõem o coquetel brasileiro anti-HIV são produzidos em Far-Manguinhos. Além disso, o Instituto exporta tecnologia para países da América Latina e Ásia.