Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza – A miséria no Brasil tem endereço - os bairros pobres das grandes cidades e o semi-árido nordestino. A afirmação foi feita pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, nesta quarta-feira, na Conferência Sul Americana de Combate à Desertificação, que se realiza na sede do Banco do Nordeste, em Fortaleza. O ministro colocou a desertificação muito além de mero problema técnico, defendeu a posição do governo de um desenvolvimento efetivamente sustentável com justiça social
Ao falar no painel sobre Políticas Públicas de Combate à Desertificação, Ciro Gomes disse que seu ministério se recusa a ser "setorial" e que a questão ambiental se orienta no marco do modelo novo de desenvolvimento sustentável, "que nós temos que construir em cima da experiência, das frustrações, dos erros, dos equívocos, das tragédias que a experiência humana do nordestino tem revelado".
Ciro Gomes disse que o problema não comporta soluções rápidas, "mesmo diante de obviedades". Ele citou o Programa Conviver que, segundo ele, tenta entender todas as especificidades e propor ações que tenham coerência para o lugar a quer se destinam. O ministro acrescentou que a própria região do semi-árido precisa ser redefinida por critérios técnicos e científicos para "além da simplificação grosseira".
Ao final, o ministro afirmou que "é preciso radicalizar essa idéia de um novo projeto de desenvolvimento sustentável para o Nordeste". E citou, como prioridades, outras iniciativas de médio prazo, que vão desde o "eixo logístico, como por exemplo a Transnordestina, que está redesenhada em bitola larga para dar escoamento aos produtos da região, até a navegação do São Francisco, que está sendo executada ainda este ano, passando pelo eixo norte-sul".