Caio d'Arcanchy
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Dez computadores com acesso à internet foram instalados no assentamento de Santana, que fica no município de Monsenhor Tabosa, a 360 quilômetros de Fortaleza. A iniciativa lança oficialmente o primeiro Centro Rural de Inclusão Digital (Crid) do país. A idéia é fazer com que o cidadão transforme a informação disponível na rede mundial de computadores em conhecimento. O projeto pode facilitar a troca de experiências sobre a reforma agrária, além de promover a inclusão digital.

O centro é resultado de uma parceria entre o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Banco do Nordeste e da Universidade Federal do Ceará (UFC). O presidente do Incra, Rolf Hackbart, esteve no assentamento e destacou que o projeto garante democratização o acesso à comunicação e a educação dos assentados.

Hackbart destacou a surpresa da UFC com a constatação de que os assentados aprendem a utilizar o computador com muita rapidez. "A universidade está preocupada porque o calendário de trabalho que a universidade tinha acordado com o assentamento já está sendo atropelado pela facilidade e a rapidez do aprendizado". A UFC oferecerá, a partir da semana que vem, cursos a distância para os assentados. Inicialmente serão capacitados 14 professores do assentamento.

Antônia Marli Camelo Ferreira, de 24 anos, é filha de um assentado e hoje é uma das coordenadoras do Centro Rural de Inclusão Digital do assentamento de Santana. É ela quem orienta os moradores no uso do computador, e controla o tempo de cada um para que todos possam usar as máquinas. "Todo mundo tem acesso", disse. "Nós não discriminamos ninguém, quem quiser pode acessar", acrescentou.

O projeto está sendo implantado de forma pioneira desde o dia 19 de julho no assentamento de Santana. A comunidade foi escolhida por ser um exemplo de organização. No assentamento, de difícil acesso, residem cerca de 77 famílias, cuja principal fonte de renda é a produção de mel de abelha.