Oposição pode obstruir votações na próxima semana

03/08/2004 - 14h54

Brasília, 3/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - As matérias pautadas para votação no esforço concentrado da próxima semana, no Congresso Nacional, podem sofrer obstrução do PFL e do PSDB. Apesar de o assunto ainda não ter sido discutido entre os dois principais partidos de oposição, o líder do PFL na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (BA), admite que a cúpula do partido está avaliando a questão. "Nós estamos analisando e não podemos ficar negociando com um governo que não impõe no seu seio um certo respeito, sobretudo em instituições como o Banco do Brasil", afirmou o pefelista.

A obstrução teria como objetivo forçar a demissão do presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, denunciado em reportagens das revistas Veja e IstoÉ desta semana por envio irregular de dinheiro para o exterior. A reação governista a uma possível obstrução do esforço concentrado partiu do líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP). "Não acredito que um partido possa fazer obstrução para destituir alguém de um cargo público. Será algo ímpar na história", disse o líder do governo.

Ainda em resposta ao líder do PFL, Professor Luizinho observou que "as pessoas precisam de um pingo de responsabilidade". Já o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
baseou-se no regimento interno da Casa ao tomar conhecimento da possibilidade de obstrução do esforço concentrado, marcado para a próxima semana: "O instituto da obstrução é regimental,
democrático. Se eles acharem que obstruir é uma boa política para o PSDB e o PFL, é um direito deles. Aí, a outra maioria, a outra banda da Câmara, precisa botar maioria e votar".

No ínício da tarde, João Paulo encontrou-se com o presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), para discutir a pauta de votação do esforço concentrado. Segundo Sarney, o
objetivo é fazer com que "o Congresso possa funcionar nas datas acertadas". O senador disse que os líderes querem organizar os trabalhos legislativos nos meses que antecedem as eleições municipais para que Câmara e Senado trabalhem de forma "conjugada".