Brasília, 3/8/2004 (Agência Brasil - Abr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou os micro, pequenos e médios empresários a não permitir que os créditos oficiais se percam na burocracia do Estado, impedindo que ações como o desenvolvimento empresarial acabem por não se tornar realidade. O presidente participou ontem à noite, no Clube do Exército, da abertura da 1ª Conferência Brasileira sobre Arranjos Produtivos Locais (APL).
"Essas coisas, não adianta deixar passar um mês, 15 ou 20 dias para reclamar. Tem que reclamar imediatamente, para que possa haver uma intervenção do ministro responsável, para que a coisa aconteça", afirmou Lula. Do contrário, acrescentou, os projetos a serem financiados "podem ser truncados por um gerente de uma agência bancária ou um funcionário. E não interessa nem ao banco e nem ao governo que isso aconteça".
Lula citou como exemplo uma reunião em que os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Integração Nacional, Ciro Gomes, informaram que os estados do Nordeste não haviam gasto todo o dinheiro previsto no Fundo Constitucional. E que na região Centro-Oeste todos os recursos do Fundo haviam sido gastos, portanto havia necessidade de mais dinheiro.
"Na hora, nós decidimos que iríamos dar mais 1 bilhão de reais para o Centro-Oeste e eu saí pelo Brasil falando que nós iríamos dar 1 bilhão de reais para o Centro-Oeste. Qual não foi a minha surpresa quando, num dia desses, conversando com algumas pessoas, dentre as quais o Ciro, eu fiquei sabendo que o dinheiro não tinha saído ainda", disse o presidente.
Nesse caso, exemplificado por Lula, houve um problema burocrático que evitou o repasse do dinheiro. Somente na sexta-feira passada foi assinada Medida Provisória liberando a quantia para a região Centro-Oeste.
Produção
Em seu discurso, Lula ressaltou que os Arranjos Produtivos Locais são fundamentais para o Plano Plurianual (PPA) 2004/2007, no que se refere ao desenvolvimento regional. Segundo o presidente, eles estão contempladas na política industrial, tecnológica e de comércio exterior. Acrescentou que os trabalhos com o centro de produção estão sendo feitos também pelo Ministério da Integração Nacional, por meio da implementação de programas no semi-árido e nas regiões de fronteira.
"Desde 2003, estão sendo investidos 60 milhões de reais nesses programas, possibilitando a organização dos arranjos de gemas e jóias no Vale do Jequintinhonha (MG), e de pesca, na região do Alto Solimões (AM), entre outras iniciativas", destacou o presidente da República.