Brasília 3/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - No mundo moderno, quem não trabalhar com o conceito de arranjos produtivos dificilmente conseguirá entrar no mercado competitivo e globalizado. A afirmação, do presidente do Conselho do Movimento Brasil Competitivo e do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, foi feita nesta terça-feira, na abertura do 2º painel – "Cooperação e Governança" – da 1ª Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais (APLs), em Brasília.
Arranjos produtivos são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais tais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
Um Arranjo Produtivo Local é caracterizado pela existência da aglomeração de um número significativo de empresas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal. Para isso, é preciso considerar a dinâmica do território em que essas empresas estão inseridas, tendo em vista o número de postos de trabalho, faturamento, mercado, potencial de crescimento, diversificação, entre outros aspectos
Segundo o empresário, um APL eficiente potencializa o processo produtivo entre pequenas e médias empresas e possibilita maior aproximação com as grandes empresas do setor, o que é praticamente impossível quando ela atua isoladamente. Para ele, o APL também ajuda as empresas legalmente instaladas a competir com a concorrência predatória da informalidade empresarial. "Com a alta carga tributária existente no país, não há eficiência capaz de competir com a informalidade".
Jorge Gerdau, que presidiu a mesa de debates, ressaltou que, como em toda atividade industrial, o arranjo produtivo local deve estar calçado em três pilares: liderança, conhecimento e metodologia. "Só assim é possível construir a eficiência empresarial, estrutural e sistêmica necessária para garantir a competitividade de um setor", afirmou.
Paulo Okamotto, diretor administrativo-financeiro do Sebrae Nacional, também criticou a concorrência predatória imposta pelas empresas que atuam na informalidade. Ele ressaltou que os compromissos dos arranjos produtivos locais devem ser pactuados com responsabilidades e metas previamente definidas. Em sua exposição, Okamotto falou sobre a Gestão Orientada para Resultados (Geor), uma metodologia disponibilizada pelo Sebrae para potencializar os resultados dos APLs.