São Paulo, 3/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - "O G-20 provou sua força e sua utilidade. Garanto que vai ter fila para entrar no G-20", afirmou hoje o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao comentar o desempenho do grupo hoje composto por 19 países emergentes, liderando por Brasil e Índia, na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) que fechou um acordo sobre o fim dos subsídios à agricultura, e que terminou sábado em Genebra, na Suíça. Sem precisar qual, o ministro confirmou que um país "das Américas" já anunciou que quer entrar no G-20.

O ministro participou de almoço com empresários no Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, em São Paulo.

Celso Amorim acredita que o acordo histórico fechado em Genebra pelos 147 países que integram a OMC pode facilitar as negociações em bloco com Alca e a União Européia. O ministro lembrou, no entanto, que o acordo só foi possível porque foram deixados de lado temas inviáveis, como investimentos, compras governamentais e regras de concorrência. "São coisas que complicam, pois dizem respeito ao seu espaço de política de desenvolvimento. Se os países tirarem uma lição do que aconteceu na OMC, isto também facilitará a negociação na Alca e na União Européia", afirmou.

Amorim lembrou que até mesmo o comissário europeu para o Comércio, Pascal Lamy, reconhece a força do G 20. Lamy teria afirmado que o equilíbrio de forças na OMC mudou graças ao grupo dos países emergentes. "O G-20 criou uma coisa que não existia. Uma negociação que agora é triangular, entre Estados Unidos e União Européia e o Brasil, liderando os países em desenvolvimento", enfatizou Amorim.